Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
PORTUGAL é um país que se pode orgulhar de produzir ótimos espumantes e só é pena que eles sejam consumidos apenas em dias de festa. É um pouco como o Vinho do Porto, tão arredios andam das nossas mesas. Mas porque não vamos conseguir emendar esta falha de um dia para outro, aproveitemos precisamente mais um dia de festa para deixar aqui alguns dos melhores espumantes que por cá se produzem.
Desta vez, subimos até ao Douro onde vamos encontrar os famosos Vértice. Resolvemos destacar o Chardonnay 2009, feito com uvas que crescem em solos graníticos a uma altitude de 550 metros e que nos chega sob a responsabilidade dos enólogos Celso Pereira e Pedro Guedes. Com uma idade mínima de 48 meses, teve o seu processo de 'dègorgement' em Fevereiro de 2014. A sua extrema qualidade levou-o a receber 90 pontos do famoso crítico Robert Parker (Wine Advocate), na apreciação que fez em Janeiro de 2015.
Para além deste Vértice Chardonnay 2009, podemos optar por um Vértice Millésime 2009, feitos com as castas Gouveio, Malvasia Fina, Rabigato, Viosinho e Touriga Franca, espumante distinguido igualmente por Robert Parker, agora com 91 pontos. Entretanto, e se o encontrarem nas garrafeiras, não percam o Vértice Gouveio 2007, igualmente distinguido pelo famoso crítico com 91 pontos.
Pela amostra, podemos perceber que os nossos espumantes não passam despercebidos entre a crítica mundial. Bem pelo contrário. Chegados aqui, proponho então que brindemos a um grande ano de 2016.
SE RECEBEU esta garrafa no sapatinho, garanto-lhe que tem grandes (e generosos) amigos. O Dow's 2011 Vintage Port foi considerado pela famosa revista norte-americana Wine Spectator o melhor vinho do mundo na eleição realizada em 2014.
Este poderoso néctar, com sabores de ameixa e cereja, apresenta um excelente corpo e é uma tentação para qualquer palato, mesmo os mais refinados.
Uma bebida digna de figurar em qualquer mesa distinta por esse mundo fora e se não teve a sorte de ter sido agora contemplado, então não perca tempo e vá a uma garrafeira ver se ainda encontra este tesouro a tempo de celebrar a passagem do ano ou o primeiro dia de 2016. Para quem ainda festeja os Reis é também uma alternativa de peso.
A ESMAGADORA maioria das famílias portuguesas escolhe o bacalhau para a noite de consoada, mas nem todos estão de acordo sobre o vinho mais indicado para acompanhar o fiel amigo, que chega às nossas mesas sob a forma de 'cozido com todos'. As opiniões dividem-se entre brancos e tintos, com cada 'equipa' a esgrimir os seus argumentos. Claro que, pela subjectividade do tema, o vinho que se deve escolher é aquele que nos agradar mais.
No entanto, se formos um pouco mais objectivos (e não se perde nada com isso), podemos partir para uma escolha com mais fundamento. Ora vejamos. O bacalhau, com uma textura firme mas fibroso, tem um baixo teor de gordura, apresenta gelatinas internas e é consumido com sal q.b. Perante este retrato, não nos custa a admitir, desde logo, que o bacalhau é sensível aos taninos. Devemos escolher um vinho suave e com muita frescura. Chegados aqui, optamos pelos vinhos brancos encorpados, de preferência sem estágio em madeira e feitos a partir de castas como o Chardonnay, Antão Vaz, Alvarinho ou Encruzado. A escolha pela casta Chardonnay parece-me aliás a melhor, porque tem um teor alcoólico mais elevado e porque garante corpo.
Por tudo isto, na hora de escolher consulte o rótulo, refresque-o antes de servir e prometo que não se vão arrepender. Um BOM NATAL.
«BOLLINGER? If it's 69, you were expecting me», diz James Bond (Roger Moore) à belíssima agente da CIA Holly Goodhead (Lois Chiles) na altura em que esta abria uma garrafa de champanhe Bollinger RD no seu quarto. Estas palavras, ditas numa das cenas do filme Moonraker (1979), tornaram-se famosas em toda a saga de 007 e da história do cinema. O champanhe Bollinger tinha lançado a sua cartada e projectou-se universalmente. Um encontro entre o homem que então dirigia os destinos da Bollinger, Christian Bizot, e o produtor dos filmes de James Bond, Albert R. Broccoli, selou um contrato que ainda hoje se mantém nas telas do cinema, mas cuja história começa muito antes, em 1956, quando Ian Fleming escreveu o seu quarto livro da saga James Bond (Os Diamantes São Eternos) e já aí incluía a célebre marca com uma indefectível ligação a momentos de sedução e de glamour.
Por toda a carga histórica, e muito para além dela, era-me difícil recusar uma prova de algumas das grandes colheitas de Bollinger, especialmente da última, La Grande Année Rosé 2004.
A 'receita' foi-nos deixada por Madame Bollinger, a quem a famosa casa deve os maiores dos seus êxitos desde a sua fundação, em 1829, pelo aristocrata Athanase de Villermont. Feita a partir de um 'blend' de um grande champanhe com um vinho tinto de enorme qualidade, este La Grande Année Rosé 2004 tem 68% de Pinot Noir e 32 % de Chardonnay, com este ano de colheita a dar-nos um champanhe muito vínico, a evidenciar aromas de groselha e amêndoas e notas de especiarias. Muita frescura acompanhada de aromas de cerejas e pão torrado trazem até ao nosso palato um produto que acompanha com qualquer refeição, mas que acima de tudo brilha com aves e cozinha oriental. O berço deste néctar situa-se em 165 ha de vinha e a casa tem um stock permanente de 700 mil magnuns guardadas em cave, a partir das quais vai elaborando vários 'blend'. Por curiosidade, diga-se que são necessários 400 vinhos diferentes para se fazer um champanhe. A Bollinger coloca no mercado dois milhões e meio de garrafas/ano e muito do seu sucesso deve-o, sem dúvida, ao famoso espião ao serviço de Sua Majestade. Brindemos, pois, com 007, aos momentos mais agradáveis da vida e saboreemos com prazer este La Grande Année Rosé 2004. Cheers!
A FOTO é a da famosa piscina da Quinta do Crasto, no Douro, e escolhi-a para este meu primeiro post para ilustrar aquilo que pretendo neste meu blog: levar aos que me lêem a experiência de bons vinhos, para que os possam beber entre amigos ou, pelo menos, num local de sonho como este onde o silêncio e a beleza da paisagem abrem espaço aos mais requintados palatos. A partir de hoje, irei passar a estar convosco e, acreditem, terei imenso prazer em partilhar as provas de grandes vinhos. Afinal, como jornalista esta é a verdadeira missão: dar as notícias, mas apenas as boas notícias.