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A ESSÊNCIA DO VINHO, evento que decorreu entre 25 e 28 de Fevereiro no Palácio da Bolsa, no Porto, teve o seu momento alto na eleição «TOP 10 Vinhos Portugueses», onde 30 jurados de 13 nacionalidades provaram um total de 53 vinhos previamente selecionados pela revista Wine.
De entre os 31 vinhos tintos saiu vencedor o Júlio B. Bastos Grande Reserva Alicante Bouschet 2012, da Quinta de D. Maria (Alentejo). Já no que se refere aos brancos, a distinção foi para o Douro, para o Mirabilis Grande Reserva 2014, da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, que se destacou entre os 9 a concurso. Finalmente, o destaque na categoria dos fortificados (13 vinhos) foi para Henriques e Henriques Tinta Negra 50 anos (Madeira).
Na categoria dos tintos, destaque ainda para o 2º lugar do Quinta da Touriga Chã 2013 (Jorge Rosas, Douro) e para o 3º que premiou o Vinha de Lordelo 2011 (Domingos Alves de Sousa, Douro). Ns brancos, o 2º lugar foi atribuído ao Soalheiro Primeiras Vinhas 2014 e o 3º foi para o Quinta dos Carvalhais Branco Especial. Por último, o quadro de honra dos vinhos fortificados ficou completo com o Barros Colheita 1938 (2º) e com o JMF Alambre 40 Anos Moscatel de Setúbal (3º).
Esta 13ª edição da Essência do Vinho, que conseguiu reunir 20 mil visitantes ao longo dos quatro dias, trouxe até ao público mais de 3000 vinhos de 350 produtores.
UMA visita à manufactura da Omega, em Biel, na Suíça, levou-me à descoberta de um grande vinho. Convidado para um almoço com o presidente da Omega, Stephen Urquhart (e depois de uma interessante visita ao museu da famosa marca relojoeira), fui surpreendido com um tinto com história: um Château Rauzan-Ségla 2006.
O 'Domaine' de Rauzan, fundado em Setembro de 1661, situa-se em Bordéus e o seu primeiro propiretário - Pierre Desmezures de Rauzan -, deixou tradição na casa. Com efeito, à época já ele era o responsável pelo Château Margaux e de seguida recebeu também a responsabilidade de tomar em mãos o famoso Château Latour.
E foi com esta embalalagem que parti para a prova do Château Rauzan-Ségla 2006, um belíssimo tinto feito com Cabernet Sauvignon (54%), Merlot (40%), Petit Verdot (5%) e cabernet Franc (1%).
Com uma fruta deslumbrante, teve um enorme ataque na boca e conseguimos destacar aromas de folhas de louro, groselha, trufas e um toque de tosta. Acidez equilibrada, complexidade, taninos bem domados e um longo final de boca revelaram um grande vinho.
Já na véspera, ao jantar no Hotel DuPeyrou, em Neuchâtel, provámos outro belo tinto de Bordéus, um Château Leoville Poyferrée 2001, elaborado com as mesmas castas do anterior mas muito longe deste quanto à qualidade exibida. Enfim, dois dias na Suíça a visitar uma grande marca relojoeira, a Omega, e a beber grandes vinhos ... franceses.
DEPOIS de aqui ter falado no Moscatel Ottonel Branco 2014, que passou a integrar a linha de vinhos Séries (o espaço de inovação e experimentação da Real Companhia Velha), deixo agora mais duas novidades desta casa duriense: o Quinta de Cidrô Marquis Tinto 2012 e o Evel XXI Grande Reserva Tinto 2012.
O primeiro vem na sequência do Quinta do Cidrô Celebration Tinto 2010, um vinho lançado para homenagear o Marquês de Soveral, nascido nesta quinta de S. João Da Pesqueira, em 1851. O Marquis Tinto 2012 foi feito com 60% de Touriga Nacional e 40% de Cabernet Sauvignon, casta que se dá muito bem nas zonas altas e que confere aos vinhos uma enorme longevidade. Demonstrou que é um vinho ao mesmo tempo potente e elegante e cujas uvas foram fermentadas em cubas de inox e posterior estágio em barricas de carvalho francês (metade das quais eram novas), por um período de 14 meses.
Muito complexo no nariz, evidenciou aromas apimentados, fruta preta e baunilha. Muito fresco, tem um enorme potencial de evolução em garrafa, tendo sido colocadas no mercado 3573.
Este vinho vem provar que também se podem fazer vinhos tintos muito interessantes nas zonas mais altas. Da Quinta de Cidrô, cujo palacete dizem estar assombrado por um 'bom' fantasma, sai assim um bom vinho, e este é bem real.
E por falar em real, abordemos agora a segunda novidade da Real Companhia Velha, o Evel XXI Grande Reserva Tinto 2012. Muito diferente do anterior, como não poderia deixar de ser, até porque vem de uma outra zona do Douro. Estamos a falar da Quinta do Síbio, na margem direita do rio e situada entre o Pinhão e Alijó. Aqui, entramos no Douro clássico, com o terreno em socalcos e vinhas com mais de 100 anos de idade. Este é um local com mais concentração e maior potência aromática, sendo de registar que este lote de vinhas velhas, Touriga Nacional e Touriga Franca foi equilibrado com uvas da Quinta das Carvalhas, toque que lhe conferiu mais corpo e complexidade. Enfim, boas novidades que vêm da Real Companhia Velha. Este vinho, que dá continuidade à edição comemorativa dos 100 anos da marca, fermentou 50% em lagares e 50% em cubas de inox, estagiando depois durante um ano em barricas novas de carvalho francês. Deste belíssimo vinho foram colocadas 3000 garrafas e tanto este como o anterior estão no mercado a 40 euros.