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A ELEGÂNCIA DA QUINTA DE CIDRÔ

por José Manuel Moroso, em 04.07.16

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 FAMOSA pelos seus brancos, a Quinta de Cidrô, em São João da Pesqueira, Douro, apresentou as suas colheitas de 2015 e uma de 2014 (Boal). O facto de 2015 ter sido um ano muito seco naquela zona, trouxe preocupações acrescidas ao enólogo Jorge Moreira, que chegou a temer que os vinhos tivessem falta de acidez. Afinal, foi alarme falso e depois de feitas análises sobre análises, verificou-se estar tudo normal. O primeiro branco a vir para a prova foi o QUINTA DE CIDRÔ ALVARINHO, que revelou estrutura e elegância. Aromas finos, apresentando notas cítricas e de flor de laranjeira, tornam-no muito agradável e a sua acidez e mineralidade contribuem para o nomear com um grande vinho. É especialmente indicado para peixe e mariscos grelhados.

Seguiu-se-lhe o SAUVIGNON BLANC, um vinho que se mostrou ainda um bocadinho fechado e que por isso mesmo aguardaremos por outra prova, para que o tempo diga algo de sua justiça.

Quanto ao BOAL (casta também conhecida como Semillon) é de 2014, e tivemos curiosidade em saber a razão de ter sido incluído entre os 'jovens' de 2015. Jorge Moreira explicou-nos que pelo facto de ser uma casta neutra em termos aromáticos, a sua mais-valia é terciária, e quando é novo não consegue esconder uma enorme acidez. Por esta razão, guardá-lo mais tempo em garrafa só lhe confere mais atributos. Fomos encontrar nele notas florais e frutas como o pêssego e a ameixa. Final longo e persistente e persistente. Este vinho pode ser bebido como aperitivo ou a acompanhar peixes grelhados.

Chegou a altura do CHARDONNAY, um vinho que o enólogo está a fazer com que se apresente cada vez mais 'leve', menos marcado pela madeira. Mesmo assim, apresenta uma intensidade e concentração que o dão como apto a acompanhar qualquer refeição, ainda que brilhe mais com pratos de bacalhau, mariscos e saladas. Aromas tropicais como ananás, pêssego e pêra, bem inegrados com algumas notas de madeira, apresenta boa acidez, frescura e uma final de boca longo e persistente.

E se é um facto que estamos no Douro, a casta que se seguiu será, talvez, a mais improvável de nos chegar vinda daquelas paragens. Estamos a falar da GEWURZTRAMINER. Vinho extremamente aromático, com os tradicionais aromas a rosas e líchia, e que ao mesmo tempo se apresenta seco, austero e com boa acidez. Ideal para sushi, pratos com caril e outros pratos orientais.

Finalmente, chegou a vez do QUINTA DE CIDRÔ ROSÉ, que foge à moda das cores pálidas, para se apresentar com cor forte. Muito gastronómico, exibe notas de cereja e florais. Refrescante, boa acidez e bem equilibrado.

Seis vinhos que revelaram grande qualidade e a justificar o valor que os consumidores dão cada vez mais aos produtos saidos de vinhas altas, que se apresentam mais 'leves' e mais frescos.

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